Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Álvares de Azevedo

sexta-feira, 18 de março de 2011

Querer



No te quiero sino porque te quiero

y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuando no te espero 
pasa mi corazón del frío al fuego.


Te quiero sólo porque a ti te quiero, 

te odio sin fin, y odiándote te ruego, 
y la medida de mi amor viajero 
es no verte y amarte como un ciego.


Tal vez consumirá la luz de enero, 

su rayo cruel, mi corazón entero, 
robándome la llave del sosiego.


En esta historia sólo yo me muero 

y moriré de amor porque te quiero, 
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.

Pablo Neruda

Nenhum comentário:

Postar um comentário