Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Álvares de Azevedo

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sodoma e Gomorra


São duas cidades que teriam sido destruídas por Deus com fogo e enxofre descido do céu. Segundo o relato bíblico, as cidades e os seus habitantes foram destruídos por ele devido à prática de atos imorais.


O pecado de Sodoma seria o sexo entre homens e tal justifica o significado da palavra sodomia. No entanto atualmente, estudos bíblicos mais modernos por parte de diáconos norte-americanos entendem que o pecado de Sodoma é a injustiça e a anti-hospitalidade, nunca a violação homossexual. Prova disto, é que todos os textos que aludem a Sodoma no Antigo Testamento atribuem a sua destruição a outros pecados e não ao homossexualismo.
Segundo a bíblia, o motivo da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra foi à perversidade de seus habitantes e a imoralidade e a desobediência ao Senhor. Após o retorno de Abraão do Egito, o relato bíblico menciona que os habitantes de Sodoma eram grandes pecadores contra Deus. Porém, isso não impediu uma coexistência pacífica entre os habitantes de Sodoma com o patriarca Abraão, e com o seu sobrinho Ló.


Alguns escritos judaicos clássicos enfatizam os aspectos de crueldade e falta de hospitalidade com forasteiros. Uma tradição rabínica, exposta na Mishnah, afirma que os pecados de Sodoma estavam relacionados à ganância e ao apego excessivo à  propriedade, e que são interpretados como sinais de falta de compaixão. Alguns textos rabínicos acusam os sodomitas blasfemos e sanguinários. Outra tradição rabínica indica que Sodoma e Gomorra tratavam os visitantes de forma sádica. Um dos crimes cometidos contra os forasteiros é quase idêntico ao de Procusto, na mitologia grega, dizendo respeito à "cama de Sodoma" (midat sdom) na qual os visitantes eram obrigados a dormir. Se os hóspedes fossem mais altos, eram amputados, se eram mais baixos, eram esticados até atingirem o comprimento da cama.
         Alguns estudiosos bíblicos argumentam que o trecho desencadeador da "ira divina" é fruto de um grande mal entendido. O termo conhecer, presente em traduções mais antigas (e traduzido por ter relações sexuais em algumas traduções modernas), não indicaria necessariamente o ato sexual. Indica, de acordo com esses estudiosos, o abuso sexual e a intenção de fazer o mal ao próximo. Esses estudos, falam a partir daí que os sodomitas, que eram todos os habitantes de Sodoma, eram tão perversos que desejavam humilhar os forasteiros, abusando-os pela simples razão de serem estrangeiros. E dizem ainda que a intenção dos habitantes pode ser entendida apenas como vontade de fazer o mal.
         O texto bíblico é claro em indicar que não havia dez homens justos em Sodoma (Gênesis 18:32) e por isso a cidade e suas vizinhas foram destruídas por Deus. Segundo o livro de Gênesis, dois anjos de Deus dizem a Abraão que "o clamor de Sodoma e Gomorra se têm multiplicado, e porquanto o seu pecado se têm agravado muito". Abraão então intercede consecutivas vezes pelo povo sodomita, e Deus ao final lhe responde se houvesse em Sodoma dez pessoas justas, a cidade não seria destruída.
         Nesse mesmo dia, os dois anjos que visitaram Abraão descem à cidade e são hospedados na casa de Ló. Antes de se deitarem, os homens da cidade cercaram a casa de Ló para terem relações sexuais com seus dois hóspedes. Ló então sai na defesa dos anjos, oferecendo suas filhas virgens para saciar o desejo da multidão.
         Ferindo com cegueira os homens que estavam juntos á porta da casa de Ló, os anjos retiram o patriarca e sua família da cidade e lhes dá a ordem de seguirem sempre em direção a montanha sem olharem para trás. Então, de acordo com Gênesis, inicia-se a destruição de Sodoma e de toda a planície daquela região.

SODOMIA sendo uma palavra para designar as perversões sexuais. O termo foi por muito tempo utilizado para designar atos sexuais entre homens, ou qualquer ato sexual não reprodutivo.Mas, desde umas décadas do século XX, tel palavra tem sido considerada pejorativa.




sexta-feira, 22 de julho de 2011

MEDUSA


É uma figura mitológica grega, era um mostro ctônico do sexo feminino. Medusa, Esteno e Euríale, as três górdonas eram filhas das antigas divindades marinhas, Fórcis (Phorkys) e sua irmã, Ceto (Keto), monstros ctônicos de um mundo arcaico.
A Medusa teria sido originalmente uma bela donzela, "a aspiração ciumenta de muitos pretendentes", sacerdotisa do templo de Atena. Um dia ela teria cedido às investidas do Senhor dos Mares, Poseidon, e se deitado com ele no próprio templo da deusa Atena; o que levou a deusa, furiosa, a transformar Medusa e suas irmãs em seres repugnantes, com pele escamosa transformou o belo cabelo da donzela em serpentes mãos de bronze e asas de ouro. Dentre as três, Medusa foi a mais castigada. Além da terrível aparência, Atena a tornou mortal, e lhe deu um poder terrível… Seu olhar transformava quem a olhasse em estátua de pedra.
Medusa e suas irmãs passaram a viver em uma caverna, no extremo ocidente da Grécia, junto a um país chamado Hespérides. Conta à lenda que nos arredores dessa caverna, existiam inúmeras estátuas de homens e animais petrificados. As irmãs Górgonas eram temidas por toda a Grécia.
Na maioria das versões do mito, enquanto a Medusa esperava um filho de Poseidon, deus dos mares, teria sido decapitada  Com o auxílio de Atena, de Hermes, que lhe forneceu sandálias aladas, e um escudo espelhado, o heroi cumpriu sua missão, matando a Górgona após olhar apenas para seu inofensivo reflexo no escudo, evitando assim ser transformado em pedra. Quando Perseu separou a cabeça da Medusa de seu pescoço, duas criaturas nasceram: o cavalo alado Pégaso e o gigante dourado Crisaor.
Em uma ilha chamada Cíclades, um rei tirano chamado Polidectes de Sérifo, ordenou a um jovem chamado Perseu, que decepasse e lhe trouxesse a cabeça de Medusa, caso contrário violentaria sua mãe, Dânae.
Sensibilizada, a deusa Atena ajudou Perseu, cedendo a ele um elmo que lhe tornava invisível, sandálias aladas, um alforje chamado quíbisis (para transportar a cabeça da Medusa), e de Hades, que lhe deu um elmo da invisibilidade, uma espada, um escudo de bronze brilhante para que ele pudesse enfrentar Medusa e suas irmãs.
Perseu entrou então na caverna das irmãs Górgonas enquanto elas dormiam e se aproximou de costas, guiado pelo reflexo do seu escudo, e utilizando o elmo que o tornava invisível. Pairou por cima das irmãs Esteno e Euríale graças às sandálias aladas e chegou até Medusa. Como não podia olhar diretamente para ela, mirou sua cabeça através do reflexo de seu escudo e decapitou-a. Do pescoço ensangüentado de Medusa saíram dois seres; O gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu, da veia esquerda saia um poderoso veneno, da veia direita um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Guardando a cabeça no quísibis, partiu sem que Esteno e Euríale o pudessem seguir, já que ainda usava o elmo da invisibilidade.
Perseu teria voado pelo titã  Atlas, que segurava o céu em seus ombros, e o transformado em pedra. Os corais do Mar Vermelho teriam sido formados pelo sangue da Medusa, derramado sobre algas quando Perseu colocou a cabeça num trecho do litoral, durante sua breve estada na Etiópia, onde salvou a princesa Ândromedada, deus do mar Nereu e se casou com ela. As víboras venenosas que infestam o Saara também foram citadas como sendo nascidas de gotas derramadas de seu sangue.
Perseus voou então para Sérifo, onde sua mãe estava prestes a ser forçada a se casar com o rei Polidetes, que foi transformado em pedra ao olhar para a cabeça da Medusa. Perseu deu então a cabeça da Górgona para Atena, que a colocou em seu escudo, o Aegis.





sábado, 9 de julho de 2011

...

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!


Fernando Pessoa

sábado, 2 de julho de 2011

Mito da criação segundo os Gregos

Os primeiros mitos gregos da criação baseiam-se no mito babilônico da criação, provavelmente modificado pelos hititas, um povo do norte que dominou a Ásia Menor durante o segundo milênio a.C.

Criação do mundo

chaos
Tudo se inicia com Chaos, a existência indistinta: o vazio primitivo e escuro que precede toda a existência. Chaos gerou a Noite, que gerou o Dia. Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais: Eros (atração amorosa), Tártaro (escuridão primeira) e Érebo. Sem intermédio masculino, Gaia deu à luz Céu (Urano), as Montanhas e o Mar, uniu-se ao Céu (Urano).
Dessa união entre Gaia e Urano, nasceram primeiramente os Titãs: seis homens e seis mulheres (Oceano, Céos (pai de Leto), Créos, Hiperião (o sol que sobe acima do céu), Jápeto (pai de Prometeu), Téia, Reia (mãe dos deuses), Têmis (a justiça), Mnemosine (mãe das musas), Febe (a lua), Tétis e Cronos (destinado a herdar o reino por algum tempo); e logo os Ciclopes de um só olho e os Hecatônquiros (ou Centimanos). Guiados por Eros, os deuses se reproduzem: há os filhos da Noite, entre os quais estão a Morte, o Sono, os Sonhos e as Parcas, divindades do destino, de cujos desígnios nem os deuses escapavam que eram três: Fiandeira, Distribuidora e Inflexível; e a linhagem do Mar. Nereu e as várias Nereidas, suas filhas, Espanto, Ceto, entre vários outros.

Vitória de Cronos

Cronos devorando um de seus filhos
Urano odiava os filhos e não queria que nascessem sendo assim eles permaneceram escondidos na Terra. Havia 18 ao todo, 12 dos quais eram Titãs. Então Terra fez uma foice de adamas cinzento, criando o novo metal em si mesma. Depois convocou os filhos para se vingarem do pai lascivo, a fim de destroná-lo e surgir à luz. Só Cronos teve coragem, tomou a foice e escondeu-a.
Quando o enorme Urano voltou e se deitou, Cronos estendeu sua mão, agarrou o pai e castrou-o. Posteriormente, arremessou as partes do pai ao mar. A situação final foi que Urano não procriou novamente, mas desta espuma ensangüentada, nasceu Afrodite (deusa do amor), saída de uma espuma da água, ao mesmo tempo em que o sangue de sua ferida gerou as Ninfas Miríades, as Erínias e os Gigantes, quando atingiu a terra.
            Sem a interferência do pai, Cronos
 tornou-se o rei dos deuses com sua irmã e esposa 
 Reia como cônjuge e os outros Titãs como sua corte.



Nascimento de Zeus e seu apogeu


Zeus
Cronos era um deus da mitologia pré-helênica ao qual se atribuíam funções relacionadas com a agricultura. Mais tarde, os gregos o incluíram em sua Cosmogonia, mas lhe conferiram um caráter sinistro e negativo. Seu reinado era ameaçado por uma profecia segundo a qual um de seus filhos o destronaria. Para que não se cumprisse esse vaticínio, Cronos devorava todos os filhos que lhe dava sua mulher, Réia.
Quando Zeus nasceu, Réia aconselhou-se com os pais Urano e Terra. Eles mandaram-na para Creta, e a Terra recebeu a criança recém-nascida numa caverna sagrada debaixo das florestas do Monte Egeu. Réia então deu a Cronos uma pedra embrulhada em cueiros e ele engoliu sem perceber o ardil.
Zeus foi criado pela ninfa Adrastéia e alimentou-se do mel e do leite da cabra Amaltéia.  Este, quando cresceu, arrebatou o trono do pai, conseguiu que ele vomitasse os outros filhos, Deméter(a mãe do Trigo), Hades(morte), Héstia(o Lar), Poseidon(mares) e Hera(a Senhora),  ainda vivos. Para tal intento, Zeus deu a Cronos um remédio de mostarda e sal e Crono vomitou primeira a pedra e depois todos os filhos. E o expulsou do Olímpio, banindo-o para o Tártaro, lugar de tormento. Com a ajuda deles encarcerou Cronos no inferno.
O domínio de Zeus marca a terceira geração de deuses. Ele repartiu o mundo com seus irmãos. Poseidon ficou com os mares, Hades com o mundo subterrâneo, e a ele próprio coube o céu. Essa geração também teve muitos filhos. De Zeus e Deméter nasceu Perséfone: de sua união com Memória nasceram as Musas; com Leto, Apolo e Ártemis; com Hera, Ares, Hebe e Ílitia; com Maia, Hermes; com Sêmele, Dioniso. Mas a primeira esposa de Zeus, Métis, a astúcia, foi engolida por ele, porque estava destinada a dar à luz dois filhos: um era Atena, e o outro seria aquele que destronaria seu pai. Zeus engoliu Métis e ficou astucioso, e gerou Palas Atena, que nasceu de sua cabeça.
(Hesíodo, Teogonia)
Segundo a tradição clássica, Cronos simbolizava o tempo e por isso Zeus, ao derrotá-lo, conferira a imortalidade aos deuses. Era representado como um ancião empunhando uma foice e freqüentemente aparecia associado a divindades estrangeiras propensas a sacrifícios humanos. Além disso, representa a passagem dos deuses antigos (ciclopes e titãs) para os deuses Olímpicos (assim chamados por serem aqueles que habitavam o monte Olímpio), liderados por seu filho Zeus. A seguir guerreou contra os gigantes: a gigantomaquia.

           
    Origem dos homens

Prometeu, filho de um Titã, criou os homens e deu lhes o fogo, que roubou de Zeus, o acorrentou no alto do Cáucaso, onde um abutre lhe devorava todos os dias o fígado, que renascia de noite. Hércules libertou-o do suplício,  matando o abutre.


Pandora


    A primeira mulher, Pandora, surgiu como uma represália de Zeus contra o roubo do fogo por Prometeu, segundo o relato de Hesíodo: Filho de Jápeto, sobre todos hábil em tuas tramas, apraz-te furtar o fogo fraudando-me as entranhas; grande praga para ti e para os homens vindouros! Para esses em lugar do fogo eu darei um mal e todos se alegrarão no ânimo, mimando muito este mal.

    Disse assim e gargalhou o pai dos homens e dos deuses; ordenou então ao ínclito Hefesto muito velozmente terra à água misturar e aí pôr humana voz e força, e assemelhar de rosto às deusas imortais, esta bela e deleitável forma de virgem; e a Atena ensinar os trabalhos. Em seu peito, Hermes Mensageiro. Mentiras, sedutoras palavras e dissimulada conduta forjou, por desígnios de Zeus. E a esta mulher chamou. Pandora porque todos os que têm olímpica morada, deram-lhe um dom, um mal aos homens que comem pão.            Essa mulher foi dada de presente ao irmão de Prometeu, Epimeteu e trouxe consigo, em uma caixa (em algumas versões, num jarro), todos os dons maléficos que os deuses lhe deram. Proibiu-lhe abri-Ia, mas ele, cada vez mais curioso, não agüentou e, vendo-se sozinho, abriu-a. De dentro saíram às doenças, as infelicidades, todos os males que os homens não conheciam até então. Desde esse dia os homens passaram a sofrer, e os longos e despreocupados festins que tinham com os deuses nunca mais aconteceram.
Para castigar os homens, Zeus mandou o dilúvio Deucalião, o filho de Prometeu e sua mulher Pira salvaram-se e recriaram a humanidade. Desse modo deuses e homens, em essência eram muito semelhantes.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Mito da Fênix




Foi entre os egípcios, de seitas de adoradores do sol, que surgiu o mito da Fênix, era conhecida como Bennu, Ao morrer, este pássaro era devorado pelas chamas, ressurgindo delas uma nova Fênix, a qual juntava as cinzas de seu progenitor e, compassivamente, as conduzia ao altar do deus solar, localizado em Heliópolis, cidade egípcia.  Como símbolo, representava o deus Osíris; além de ser o emblema dos que regressavam de viagens longas, decorava monumentos erigidos por monarcas do Egito que voltam vitoriosos ao país. sendo depois transmitido para os gregos e outras civilizações.
Os pesquisadores não chegaram ainda a um consenso sobre a duração da vida da Fênix; uns apontam quinhentos anos, bem mais que um corvo, o qual já vive muito tempo; outros garantem um prazo bem maior, aproximadamente 97 mil anos. Ao cabo de cada ciclo existencial, a ave sente a proximidade da morte, prepara uma fogueira funerária com ramos de canela, sálvia e mirra, e automaticamente se auto-incendeia.
Outra característica da Fênix é sua força que a faz transportar em vôo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar até elefantes.
A Fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança e a continuidade da vida após a morte. A impressão que a sua beleza e tristeza causava em outros animais, chegava a provocar a morte deles. Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto.
Atualmente os estudiosos crêem que a lenda surgiu no Oriente e foi adaptada pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei. Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim.
O nome adotado entre os gregos para esta ave pode ter surgido de um erro de Heródoto, grande historiador da Grécia Antiga, pois ele possivelmente confundiu o pássaro com a árvore sobre a qual ela era geralmente representada, a palmeira – phoinix em grego. 
Algumas narrativas apresentam uma versão distinta, segundo a qual a fênix, à beira da morte, se dirigia a Heliópolis, aterrissava no altar solar e então ardia em chamas. Depois de um período ainda não definido precisamente, ela retorna à vida, simbolizando assim os ciclos naturais de morte e renascimento, a continuidade da existência após a morte. O povo egípcio acreditava já, nesta época, que este pássaro simbolizava a imortalidade.
Ela também é conhecida por sua intensa força, que lhe permite levar consigo fardos de grande peso; segundo alguns contos, seria capaz de transportar inclusive elefantes. De acordo com as lendas difundidas por cada povo, a ave assumia características específicas – com penas roxas, azuis, vermelhas, brancas e douradas entre os chineses; douradas e vermelhas com matizes roxos para os gregos e egípcios. Era maior que uma águia.
Observação: A origem da lenda na maioria dos textos consta o Egito, porém  os estudiosos crêem que a lenda surgiu no Oriente e foi adaptada pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei. Mas em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Havia no Egipto Antigo vários mitos sobre a criação.

Antes de todas as coisas não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida), turbulenta e borbulhante, da qual surgiu Rá, o primeiro deus. Rá transformou-se em um novo elemento no cosmo: o sol. Mas a carência de outra vida logo lhe pesou e, em comunhão com a sua própria sombra, gerou uma filha, Tefnut. Ela também era um novo elemento: a umidade.
    E Shu, o outro filho de Rá, tornou-se o ar. Por sua vez, eles também tiveram seus próprios descendentes, Geb e Nut (a terra e o céu). Logo foi estabelecida toda uma ordem cósmica. Contudo, essa ordem veio acompanhada de desafios não previstos.
    Assim, Rá viu-se forçado a travar batalhas diárias com a serpente Apep pelo controle da atmosfera. Contando com a ajuda da esposa e filha Bast (deusa dos gatos e da fertilidade), Rá lograva êxito na maioria das vezes. Mas nos dias em que Apep vencia, havia sempre tempestades e mau tempo.
    Esse era tão somente o começo daquilo que Rá teria de enfrentar. Em certa ocasião, as frustrações de dominar uma população humana que se dava a queixas e rebeliões levaram Rá, em um acesso de ira, a arrancar um dos seus olhos e atirá-lo à terra. O olho transformou na deusa da vingança, chamada Sekhmet, uma força tão destrutiva contra a humanidade que Rá, cheio de remorso, teve de chamá-la de volta usando um estratagema. Rá ordenou aos seus vassalos que produzissem milhares de barris de cerveja. A cerveja seria misturada com suco de romã para parecer sangue das vítimas humanas de Sekhmet, sendo usada para inundar o campo ao redor de sua morada terrena. O desígnio teve êxito. Quando Sekhmet emergiu novamente para terminar de dizimar a humanidade, ela viu seu reflexo no lago vermelho repulsivo, enamorou-se dele e bebeu a mistura, caindo no sono, permanecendo inofensiva. O resultado foi tão bom que posteriormente ela desposou Ptah, o deus absoluto da criação. E mais tarde, ironicamente, ela se transformou em Hator, deusa do amor e da celebração.
    A responsabilidade por todo o cosmo começava a minar a vitalidade de Rá. Como envelhecia, Rá buscou um substituto para suas obrigações de zelar pela terra. O substituto viria a ser seu neto, Osíris.
    Osíris, assim como Ísis, Set e Neftis, veio ao mundo em decorrência da união de Geb e Nut. Contudo, quando Rá passou o domínio do mundo às mãos dele, ocorreu a primeira rivalidade entre irmãos na história do cosmo.
    Osíris havia sido um ditador benevolente — sob seu comando os egípcios tornaram-se um povo civilizado. Mas seu irmão Set (o deus do caos e das tempestades) estava enciumado pelo presente concedido a Osíris e o matou. Ele construiu um baú primoroso, ofereceu uma festa e disse aos seus filhos que aquele que coubesse no baú poderia tê-lo para si. Mas ele havia construído o belo baú tendo em mente apenas Osíris. Quando Osíris entrou no baú, Set o selou e seus comparsas o deitaram no Nilo, na esperança de que nunca mais tornariam a vê-lo.
    Osíris foi o primeiro deus da história a morrer e tornou-se o primeiro deus do mundo inferior. Quando Neftis contou à sua irmã Ísis sobre o assassínio, Ísis mergulhou em profunda tristeza, pois ele era não só seu marido como também seu irmão. Ela encontrou o corpo e conseguiu ressuscitar, e juntos tiveram um filho chamado Hórus. Mas Set não tardou em descobrir isso e, colérico, retalhou Osíris em 14 pedaços, espalhando as partes pelo Egito de modo que nem Ísis poderia juntá-los. Anúbis, o inventor do embalsamamento e filho de Osíris, realizou o funeral na grande pirâmide.
    Set passara a ser então o senhor do mundo e em virtude de sua inclinação ao caos e à violência, parecia que todas as boas obras de Osíris seriam desfeitas em breve. Comentava-se até mesmo que Set tramava usurpar o lugar de seu pai Rá.
    Em conseqüência disso, Rá e Hórus convocaram um grande exército para tomar o poderio de Set. Eles convocaram Tot, deus da sabedoria e da verdade, que transformou Hórus em um disco solar com um calor tão intenso que confundiu as tropas de Set, que se destruíram mutuamente. Mas o próprio Set não podia ser encontrado em lugar nenhum. Ele escondera-se a uma grande distância, onde estaria livre para criar outra força para derrotar Rá e Hórus.
     Todavia não chegara a realizar seu intento. E, com a posterior derrota, Hórus retalhou Set do mesmo modo como havia sido feito com seu pai. Assim, Hórus passou a comandar o mundo e abriu o precedente para os faraós que o sucederam.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lágrimas da Vida

On pouvait à vingt ans le clouer dans la bière

— Cadavre sans illusions...
THÉOPH. GAUTIER

Je me suis assis en blasphémant sur le bord

du chemin. Et je me suis dit: — je n’irai pas plus
loin. Mais je suis bien jeune encore pour mourir,
n'est-ce pas, Jane?
GEORGE SAND, Aldo


Se tu souberas que lembrança amarga

Que pensamento desflorou meus dias,
Oh! tu não creras meu sorrir leviano,
Nem minhas insensatas alegrias!

Quando junto de ti eu sinto, às vezes,

Em doce enleio desvairar-me o siso,
Nos meus olhos incertos sinto lágrimas...
Mas da lágrima em troco eu temo um riso!

O meu peito era um templo — ergui nas aras

Tua imagem que a sombra perfumava...
Mas ah! emurcheceste as minhas flores!
Apagaste a ilusão que o aviventava!

E por te amar, por teu desdém, perdi-me...

Tresnoitei-me nas orgias macilento,
Brindei blasfemo ao vício e da minh’alma
Tentei me suicidar no esquecimento!

Como um corcel abate-se na sombra, 

A minha crença agoniza e desespera...
O peito e lira se estalaram juntos...
E morro sem ter tido primavera!

Como o perfume de uma flor aberta

Da manhã entre as nuvens se mistura,
A minh’alma podia em teus amores 
Como um anjo de Deus sonhar ventura!

Não peço o teu amor... eu quero apenas

A flor que beijas para a ter no seio...
E teus cabelos respirar medroso...
E a teus joelhos suspirar d’enleio!

E quando eu durmo... e o coração ainda

Procura na ilusão tua lembrança,
Anjo da vida passa nos meus sonhos
E meus lábios orvalha d’esperança!

sábado, 16 de abril de 2011

O mito da criação, segundo a Mitologia Nórdica

Na aurora dos dias não existia nada só havia o Caos.
ODIN
         Nem Céu, nem Mar, nem Terra - nada disto havia. Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap abismo primitivo, frio,escuro e vazio, situado entre Muspellheimr ao sul: a Morada do Fogo, uma terra de calor e fogo incessante guardada por um gigante que com uma espada flamejante em punho, que a cintilava de um lado para o outro antes da entrada, mandando para frente uma chuva de faíscas incandescentes e Niflheimr ao norte: a Morada das Névoas ,uma terra tenebrosa cheia de melancolia, da qual um rio que se abria em doze grandes rios, que fluía de uma fonte que nunca exauria. No meio de Nifleheim corre Hvergelmir, uma cascata de onde saem onze rios conhecidos coletivamente como Elivagar Conforme estes se afastavam de sua fonte até as bordas do Ginnungagap, o frio congelou suas águas e vapores transformando-os em gelo e neve. 
         A água em seu curso encontrava correntes de vento gélido, que fazia congelar a água formando gigantescos blocos de gelo, rolando pelo abismo ao som de trovões empilhando-se até que formaram montanhas de gelo brilhantes e polidas.
         Durante muitas eras, assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo.
         E das terras denominadas Musspell, caíram as faíscas sobre os blocos de gelo e os dissolveram ,formando grandes nuvens, que novamente foram congelados,virando geada que preencheram todo espaço deixado entre as montanhas de gelo, descendo um ar quente e este encontro do calor com o frio de Niflheim começou a provocar o derretimento do imenso bloco de gelo.
         Então após mais alguns milhares de eras quando o golfo estava coberto até o topo, essa grande massa de nuvem congelada, aquecida pelas chamas da Morada do Fogo, e esfriada pelo ar gélido da morada das Névoas, deram lugar ao ser primeiro Ymir, o gigante de gelo, um gigante de tamanho descomunal e um coração cruel... O gelo foi derretendo e deixando entrever a forma de um gigante.
 Mas Ymir sentiu fome e não havia nada para saciar sua fome. Foi quando ao longe avistou a vaca Aundla , da qual jorrava quatro correntes de leite onde Ymir se alimentou.Mas Aundla também sentiu fome e não havia nada para que ela saciasse sua fome a não ser o gelo e o sal que nele continha.E Aundla começou a lamber o sal e a derreter o gelo, quando surgiram cabelos. A vaca continuou a lamber e logo apareceu metade do corpo e finalmente ela livrou do gelo um ser poderosíssimo, de coração quente e intenções benevolentes.Seu nome era Buri, e Ymir logo o percebeu e seus filhos seriam sempre inimigos dos gigantes do gelo.
         O tempo passou e logo os filhos de Ymir começaram a provocar a crueldade. Mas Buri havia se unido com uma giganta e criaram três filhos : Odin, Vili e Vê (Grande Ira,Vontade e Sacramento).Logo rompeu um combate de proporções inimagináveis e Odin, Vili e Ve Derrubaram o gigante Ymir .  Das chagas de Ymir escorriam poderosas correntes de sangue que afogou grande parte dos gigantes do gelo restando apenas dois que fugindo em um bote navegaram até o limite do mundo, e formaram ali toda a nova geração de gigantes do gelo,que sempre se manifestavam cruelmente aos deuses.
         Odin decidiu dar forma ao universo caótico que o cercava,e usaram do corpo de Ymir para construí-lo . Com o corpo formaram a terra, com os cabelos as arvores, com o sangue formaram os rios, com os ossos as montanhas, com o crânio fizeram o céu,seu cérebro foi espalhado e fizeram as nuvens contendo neve e granizo.Com a testa de Ymir os deuses formaram Midgard, a Terra média destinada a tornar-se a morada dos homens e das sobrancelhas fizeram poderosas cercas para impedir a passagem dos gigantes para Midgard .O céu por si só era mantido por quatro fortes anões que sustentavam com força colossal o norte, o sul,o leste e o oeste.
         Mas o mundo ainda estava escuro e os deuses retiraram fagulhas de Muspellheimr e atiraram ao céu formando as estrelas. Da mesma fonte com que os deuses criaram as estrelas fizeram o sol e a lua e puseram carruagens de ouro e arrearam lindos cavalos de crinas flamejantes de ouro e prata.
         Aos cavalos que puxavam o sol foram dados poderosíssimos escudos para que se protegessem dos incandescentes raios que o sol emanava. O mesmo não ocorreu com os ágeis cavalos da lua pois eram banhados por dóceis raios.
         Estava tudo perfeito mas ambos os astros foram criados para determinar o tempo e as carruagens precisavam de cocheiros para guiá-las com precisão e esta tarefa os deuses destinaram a Mani e Sol, Filho e Filha de um gigante. Assim os dias os meses e os anos foram determinados pelas viagens que Sol e Mani percorriam.
         Depois Odin chamou a Noite, a triste filha de um gigante de coração frio a guiar a carruagem escura puxada pelo cavalo negro, Crina Congelada, cujo cabelo escorriam gotas de orvalho e geavam terra abaixo. Após ela, vinha o Dia, com seu cavalo crina Flamejante, que irradiava a luz do dia para destruir o mal que brotava na escuridão da noite.
         Assim aglomerando os dias e as noites em blocos, Odin ordenou que se apresentassem quatro estações criando assim um ciclo, e fez com que os animais, vegetais e o clima obedecerem a seus períodos.
         Por vezes, os gigantes irritados com tantas coisas maravilhosas ultrapassavam as fronteiras impostas pelos deuses e logo começavam as tormentas sobre a terra. Foi que um dia, um gigante vestido com plumas de águia que se posicionava ao norte de Midgard, sempre que levantava seu braço e o abaixava um, bloco de gelo era atirado de Niflhemr contra Midgard.
Dos destroços destes blocos surgiram diferentes tipos de larvas que se transformaram em criaturas de diferentes índoles, e assim surgiram os Trols. gnomos, duendes, fadas, elfos e outras criaturas.
         As que possuíam coração bom e atitudes benevolentes, os deuses construíram sua morada graciosa chamada Ljossalfheimr, um lugar tão luminoso quanto seus habitantes elfos e fadas.Por serem tão graciosas, delicadas e gentis, os deuses deram asas às fadinhas para que pudessem trazer sua luz e benevolência tanto em Midgard como em Asgard também.
         As outras criaturas que se demonstravam mais mesquinhas e hostis os deuses não criaram morada alguma e estavam condenadas a aparecerem apenas à noite, pois caso recebessem os raios solares tornariam-se pedras mortas. E assim a prazerosa Midgard foi construída ao bom gosto dos deuses.
         Mas aquela terra faltava pessoas para povoá-la e adora-la. Então os deuses decidiram povoar sua obra, e de um freixo fizeram um homem e de amieiro ,um mulher.O homem foi chamado de Ask , a mulher Embla. Odin deu-lhes vida e alma. Vili a razão e o movimento, e Vê, os sentidos a fisionomia expressiva e o dom da palavra.Estes foram os progenitores da raça dos homens e estes povoaram Midgard e cultuaram os deuses.
Depois que Midgard e os homens estavam feitos, Wotan decidiu que era preciso que os deuses tivessem também uma morada exclusiva para si, e então fizeram Asgard para ser o lar dos deuses. Este reino estava separado do restante do universo.
         Então, Wotan pensou que não seria bom se jamais existisse um elo de ligação entre deuses e mortais. Por isso, determinou que fosse construída a ponte Bifrost (a ponte do Arco-íris). Heimdall ficaria encarregado, desde então, de vigiá-la noite e dia para que os mortais não a atravessassem livremente no rumo de Asgard.
Nas profundezas da terra, muito abaixo de Midgard, estava o Niflheim, o horrível e gelado reino dos mortos. Lá pontificava a sinistra deusa ú, filha de Loki, que se regozija Com a fome, a velhice e a doença, e que tem ao lado a serpente Nidhogg. Esta se alimenta dos cadáveres dos mortos e se dedica a roer continuamente uma das raízes da grande árvore Yggdrasil, um freixo gigantesco que se eleva por cima do mundo e deita suas raízes nos diversos reinos, entre os quais, o próprio Asgard.
Yggdrasil, também chamado da Árvore do Mundo é a árvore gigante que interligava todos os mundos. É o centro do mundo, e, enquanto suas raízes continuarem a suportar o peso de seu prodigioso tronco e de seus ramos infinitos, o mundo estará firme e a vida será soberana, sob os auspícios de Wotan, senhor dos deuses.
E esta foi à conduta de sua criação.

terça-feira, 12 de abril de 2011

CRY FOR THE MOON(Chore Para a Lua)

Siga seu senso comum, você não pode se esconder
Atrás de contos de fadas para sempre e sempre
Apenas revelando toda a verdade poderemos descobrir
A alma desta fortaleza doentia para sempre e sempre, para sempre e sempre


Mentes doutrinadas frequentemente contém pensamentos doentios
E cometem a maioria dos males contra os quais pregam


Não tente me convencer com mensagens de Deus
Vocês nos acusam dos pecados cometidos por vocês mesmos
É fácil condenar sem se olhar no espelho
Atrás dos bastidores é que está a realidade


O silêncio eterno clama por justiça
O perdão não está à venda e nem a vontade de esquecer


Siga seu senso comum, você não pode se esconder
Atrás de contos de fadas para sempre e sempre
Apenas revelando toda a verdade poderemos descobrir
A alma desta fortaleza doentia para sempre e sempre, para sempre e sempre


A virgindade foi roubada em tão tenra idade
E o exterminador perde sua imunidade
Abuso mórbido de poder no jardim do Éden
Aonde a maçã ganha uma face jovial


O silêncio eterno clama por justiça
O perdão não está à venda e nem a vontade de esquecer


Siga seu senso comum, você não pode se esconder
Atrás de contos de fadas para sempre e sempre
Apenas revelando toda a verdade poderemos descobrir
A alma desta fortaleza doentia para sempre e sempre, para sempre e sempre


O silêncio eterno clama por justiça
O perdão não está à venda e nem a vontade de esquecer


Você não pode continuar se escondendo
Atrás de velhos contos de fadas e continuar lavando suas mãos em inocência

Epica