Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Álvares de Azevedo

sexta-feira, 22 de julho de 2011

MEDUSA


É uma figura mitológica grega, era um mostro ctônico do sexo feminino. Medusa, Esteno e Euríale, as três górdonas eram filhas das antigas divindades marinhas, Fórcis (Phorkys) e sua irmã, Ceto (Keto), monstros ctônicos de um mundo arcaico.
A Medusa teria sido originalmente uma bela donzela, "a aspiração ciumenta de muitos pretendentes", sacerdotisa do templo de Atena. Um dia ela teria cedido às investidas do Senhor dos Mares, Poseidon, e se deitado com ele no próprio templo da deusa Atena; o que levou a deusa, furiosa, a transformar Medusa e suas irmãs em seres repugnantes, com pele escamosa transformou o belo cabelo da donzela em serpentes mãos de bronze e asas de ouro. Dentre as três, Medusa foi a mais castigada. Além da terrível aparência, Atena a tornou mortal, e lhe deu um poder terrível… Seu olhar transformava quem a olhasse em estátua de pedra.
Medusa e suas irmãs passaram a viver em uma caverna, no extremo ocidente da Grécia, junto a um país chamado Hespérides. Conta à lenda que nos arredores dessa caverna, existiam inúmeras estátuas de homens e animais petrificados. As irmãs Górgonas eram temidas por toda a Grécia.
Na maioria das versões do mito, enquanto a Medusa esperava um filho de Poseidon, deus dos mares, teria sido decapitada  Com o auxílio de Atena, de Hermes, que lhe forneceu sandálias aladas, e um escudo espelhado, o heroi cumpriu sua missão, matando a Górgona após olhar apenas para seu inofensivo reflexo no escudo, evitando assim ser transformado em pedra. Quando Perseu separou a cabeça da Medusa de seu pescoço, duas criaturas nasceram: o cavalo alado Pégaso e o gigante dourado Crisaor.
Em uma ilha chamada Cíclades, um rei tirano chamado Polidectes de Sérifo, ordenou a um jovem chamado Perseu, que decepasse e lhe trouxesse a cabeça de Medusa, caso contrário violentaria sua mãe, Dânae.
Sensibilizada, a deusa Atena ajudou Perseu, cedendo a ele um elmo que lhe tornava invisível, sandálias aladas, um alforje chamado quíbisis (para transportar a cabeça da Medusa), e de Hades, que lhe deu um elmo da invisibilidade, uma espada, um escudo de bronze brilhante para que ele pudesse enfrentar Medusa e suas irmãs.
Perseu entrou então na caverna das irmãs Górgonas enquanto elas dormiam e se aproximou de costas, guiado pelo reflexo do seu escudo, e utilizando o elmo que o tornava invisível. Pairou por cima das irmãs Esteno e Euríale graças às sandálias aladas e chegou até Medusa. Como não podia olhar diretamente para ela, mirou sua cabeça através do reflexo de seu escudo e decapitou-a. Do pescoço ensangüentado de Medusa saíram dois seres; O gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu, da veia esquerda saia um poderoso veneno, da veia direita um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Guardando a cabeça no quísibis, partiu sem que Esteno e Euríale o pudessem seguir, já que ainda usava o elmo da invisibilidade.
Perseu teria voado pelo titã  Atlas, que segurava o céu em seus ombros, e o transformado em pedra. Os corais do Mar Vermelho teriam sido formados pelo sangue da Medusa, derramado sobre algas quando Perseu colocou a cabeça num trecho do litoral, durante sua breve estada na Etiópia, onde salvou a princesa Ândromedada, deus do mar Nereu e se casou com ela. As víboras venenosas que infestam o Saara também foram citadas como sendo nascidas de gotas derramadas de seu sangue.
Perseus voou então para Sérifo, onde sua mãe estava prestes a ser forçada a se casar com o rei Polidetes, que foi transformado em pedra ao olhar para a cabeça da Medusa. Perseu deu então a cabeça da Górgona para Atena, que a colocou em seu escudo, o Aegis.